Os aeroportos são os hubs da economia e do desenvolvimento, movimentando produtos, consumidores e pessoas fazendo negócios. A pandemia produziu impacto imediato e profundo no tráfego e nas operações aeroportuárias — afetando, consequentemente, as receitas. Deve-se considerar, portanto, que a retomada econômica dos aeroportos pode não ser tão fácil, já que a crise é uma das sequelas da Covid-19 e continuará comprimindo a demanda por viagens aéreas.
Ao longo de 2021, o Conselho Internacional de Aeroportos projetou um volume de apenas 48,3% do tráfego global de passageiros em relação ao contingente pré-pandemia — além, claro, de oferecer estímulos para retomar o tráfego aéreo, objetivo cujo êxito está atrelado à utilização de novas tecnologias.
A Organização da Aviação Civil Internacional (ICAO) e a Comissão Econômica das Nações Unidas estão estruturando normas e especificações técnicas para digitalizar e automatizar ainda mais o transporte de carga. A proposta é dar mais agilidade e promover um ambiente de carga aérea sem contato. Isso contribuirá para elevar a resiliência comercial em, por exemplo, eventuais reincidências da Covid-19 ou outras ameaças que possam surgir no futuro — além de contribuir para dar mais vazão e volume ao tráfego de carga.
Em artigos anteriores, refletimos sobre algumas prioridades para os aeroportos — como segurança cibernética, automação de processos, mais capacidade analítica e segurança física, entre outras. E o fato é que, seja para melhorar o processo de cargas, seja para o atendimento ao passageiro, essa jornada começa por algumas aplicações que elevam o patamar do aeroporto tanto em segurança quanto em modernização da operação. É o caso de:
Triagem térmica
Mesmo diante do crescente número de indivíduos vacinados, o monitoramento da temperatura corporal realizado por câmeras termográficas continua sendo essencial. Assim, caso algum passageiro seja identificado com temperatura superior a 37,8 º C, será encaminhado ao posto médico para que receba atendimento e instruções adequadas.
Reconhecimento facial em aeroportos
É necessário considerar a importância de detectar a utilização de máscaras — mesmo que tenha havido flexibilização nesse sentido —, assim como o distanciamento social e a contagem de pessoas. Ou seja, nesse “novo normal” é condição essencial que os aeroportos disponham de câmeras de segurança com tecnologia de reconhecimento facial embarcada.
Video analytics
Outro fator de extrema importância para a experiência dos viajantes é a utilização de soluções de análise integrada e gerenciamento de vídeo — que, entre outras aplicações, são capazes de identificar o tamanho das filas de passageiros no check-in, por exemplo, e enviar alertas automáticos aos operadores para a abertura de novas posições de atendimento e otimizar o despacho de bagagens.
Identificação de objetos e comportamento
Algoritmos com inteligência profunda identificam objetos retirados de uma cena ou abandonados — como uma mala desacompanhada. Analíticos comportamentais alertam para indivíduos que apresentem comportamento fora do normal, como padrões de comportamento ameaçador ou trajetória errática, que sinaliza um passageiro que não está passando bem, por exemplo.
Automação de monitoramento dos aeroportos
Operada por Inteligência Artificial (IA), essa aplicação elimina a necessidade de monitorar continuamente as exibições de vídeo. Além disso, automatiza a função de “detecção” da vigilância, evitando que incidentes passem em branco por erro ou desatenção humana, propiciando redução de custos operacionais e aumento de eficiência das equipes de controle.
Essas aplicações ainda implementam workflows de ações a serem executadas pelas equipes, de acordo com cada incidente detectado, proporcionando repostas imediatas e ações coordenadas.
Busca forense e análises de vídeo
A AI aplicada em softwares de segurança que comandam dispositivos como câmeras, alarmes e sensores, entre outros, multiplica a capacidade de análise de ocorrências. Isso possibilita que, mesmo em sistemas antigos, a verificação de intrusão, objetos abandonados e reconhecimento facial de câmeras seja realizada de maneira rápida e precisa.
Ainda há muita pista para ajustar as operações aeroportuárias às novas tecnologias e aplicações que auxiliam a reduzir custos e vulnerabilidades, além de melhorarem a experiência de usuários. Sim, existe um desafio de Capex — mas toda essa modernização e adequação para tornar o aeroporto mais rentável, no fim, pode ser incremental.
Para todos os efeitos, esse voo dos aeroportos rumo ao digital deve ser planejado para fazer, desde o início, aquilo que efetivamente vai reduzir custos e tornar a operação mais ágil — atraindo, dessa forma, mais receitas no menor espaço de tempo. É só falar com nossos especialistas!