A necessidade de ganhar agilidade, otimizar custos e melhorar a experiência de uso também chegou aos portos, que estão se tornando um autêntico elo da cadeia produtiva — e não mais um obstáculo, ou seja, meros entrepostos burocráticos de mercadorias. A transformação digital nesse setor já é uma realidade que moderniza sistemas de programação, segurança portuária, gestão de movimentação de cargas, controles de filas, acessos e muito mais.
Os portos são a principal porta de entrada e saída de mercadorias do país. Em 2021, a ANTAQ, Agência Nacional de Transportes Aquaviários, contabilizou 1,21 bilhões de toneladas de produtos movimentados. Para 2022, a agência estima que esse volume aumentará 2,4%. A modalidade movimenta 80% do volume global de mercadorias comercializadas — e, naturalmente, o ambiente caótico da chegada de contêineres e da atracação e desatracação de navios, além da intensa circulação de pessoas e mercadorias, não poderia ficar alheio à transformação digital.
As inovações tecnológicas, portanto, se aceleram para proporcionar ganhos em competitividade. Para que se tenha uma ideia, um estudo da McKinsey apontou que a automatização e modernização tecnológica significaria reduções entre 25% e 55% nas despesas operacionais portuárias, e aumentos de 10% a 35% na produtividade.
Ou seja, a tecnologia desencadeou uma verdadeira revolução por meio da introdução de guindastes de controle remoto e caminhões autônomos, além de melhorar (e agilizar) processos com a utilização de IoT (internet das coisas), Big Data e IA (Inteligência Artificial) — implementando, assim, outros sistemas inovadores para acelerar o carregamento e descarregamento de navios.
Vale ressaltar que o porto de Caofeidian, próximo de Pequim, está em vias de se tornar completamente independente, com navios carregados e descarregados por guindastes automáticos e contêineres conduzidos por caminhões autônomos.
Mais: a tecnologia está impulsionando mudanças na operação portuária em todo o mundo. O porto de Roterdã, por exemplo, já se prepara para receber embarcações autônomas até 2025. Saem as comunicações radio transmitidas e entram os painéis digitais.
Com a IoT, dados sobre fluxos de maré, força do vento e visibilidade serão coletados e analisados por algoritmos de machine learning para orientar embarcações, ajudando, assim, a reduzir o tempo de espera dos navios — além de guiar, automaticamente, embarcações não tripuladas ao ancoradouro. Sim, o que parecia ficção já está batendo à nossa porta (e aos nossos portos)!
Algumas tecnologias que transformarão os portos em 2022
Internet of Things – IoT (Internet das Coisas)
Permitirá automatizar operações, coletar informações sobre fluxos e o rastreamento de embarcações, veículos e cargas em tempo real. Também possibilitará controlar velocidade, pátio, equipamentos e condições climáticas — entre outras aplicações.
Cloud Computing e Edge Computing
A nuvem possibilitou o trabalho remoto durante a pandemia — e será essencial para a operação de um porto mais digital. A Cloud Computing e a Edge Computing (computação de borda ou o processamento nas pontas) serão, portanto, fundamentais para manter a alta disponibilidade de serviços e as integrações com autoridades, fornecedores e empresas usuárias.
Big Data e Analytics
Com o crescimento dos dispositivos conectados por IoT, volumes incríveis de informações serão coletados nos portos. Será fundamental, portanto, contar com ferramentas robustas de mineração e análise de dados.
Inteligência Artificial
A relação entre o IoT e o AI é intrínseca. A IoT coleta dados brutos e a AI os transforma em inteligência para o negócio. Esses algoritmos poderão combinar centenas ou milhares de dados históricos com volumes semelhantes de dados coletados, em tempo real, para realizar previsões mais confiáveis — como nenhum humano poderia fazer.
Segurança eletrônica inteligente
Câmeras de alta resolução, leitores de placas, leitores de caracteres, reconhecimento facial e analíticos de vídeos criam uma camada de tecnologia que garante a segurança de pessoas, equipamentos e cargas. Os avanços dessas tecnologias, é importante destacar, vão além da vigilância — e compõem uma infraestrutura fundamental na gestão e controle de portos e terminais.
Os benefícios da transformação digital nos portos
Não se trata apenas de alcançar um novo patamar tecnológico. Não era mera força de expressão quando citamos, no primeiro parágrafo, que os portos estão se tornando um elo da cadeia produtiva.
Essa evolução fará com que o porto atue como um gerenciador das movimentações de cargas, oferecendo informações mais precisas e em tempo real para operadores logísticos e embarcações.
De forma prática, porém, a transformação digital do setor portuário trará grandes benefícios para a operação em si, como por exemplo:
- Redução de custos operacionais;
- Processos mais ágeis e eficazes;
- Redução de gargalos, filas e congestionamentos de embarcações;
- Redução de perdas de carga;
- Redução de custos logísticos para os usuários;
- Maior segurança para cargas e pessoas.
Em resumo, esse novo porto deixará de ser um entreposto, um ponto de entrada, para tornar-se um organizador e provedor de diversos serviços e informações essenciais para uma operação comercial rentável e eficaz. E, além disso, obterá muitos ganhos em sua própria operação e negócio.
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